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Foto do escritorVinicius Andrade

O QUE FAZER NAS QUEDAS DO MERCADO?


Certamente em nossa jornada como investidor iremos passar basicamente por dois períodos, os de bonança, onde os mercados estarão mais calmos com os ativos de renda variável valorizando e com isso um aumento do otimismo pelo mercado. É nesses períodos que as pessoas têm mais vontade de realizar investimentos em ações, FIIs, Fundos de Ações etc. E o investidor que passou muito tempo sendo paciente começa a colher os frutos dos seus investimentos.


E o segundo período é o de baixa onde os investidores estão mais pessimistas com a economia do país ou do mundo, ocasionado por uma crise econômica, governos ruins, conflitos internos/externos, estouro de bolhas financeiras e pandemias como a do COVID-19.

Nesses períodos os ativos mais penalizados são os classificados como renda variável, por exemplo, ações, FIIs, criptos etc.


Muitos investidores acreditam que é justamente na crise o pior momento para realizar um investimento e evitar os ativos de renda variável, porque pensam que o risco desses ativos aumentara. O que na verdade é justamente o contrário e vamos ver o porquê no decorrer deste artigo.


Sendo assim, é importante apreendermos o que fazer quando passarmos por uma forte queda do mercado, que será quase tão inevitável quanto as estações.


ANTES DE TUDO


É importante que seja feito uma preparação antes de realizar qualquer investimento em que se assume um risco maior ou que se estejam começando a explorar uma nova classe de ativo para investir. Vou detalhar as etapas dessa preparação abaixo.


ESTUDO CONSTANTE


Essa etapa é crucial quando se quer realizar um investimento, que é fazer um estudo prévio buscando conhecer mais sobre como funciona aquele tipo de investimento/classe de ativo, ou seja, seus riscos, retorno, como funciona o resgate do recurso, detalhes operacionais, estratégias etc.


Acredito ser um tempo ideal estudar 3 meses antes de realizar o primeiro investimento.


E para estudar você pode buscar livros, vídeos na internet, podcasts, cursos introdutórios, artigos relacionados e entre outros. Se atente na qualidade do conteúdo em que está estudando e busque apenas profissionais de qualidade com certificação ou com histórico positivo. Evite conteúdos de pessoas que prometem ganhos extraordinários ou que tem uma fórmula milagrosa de ganhos rápidos. Lembre-se que investir é um jogo de longo prazo e de construção de patrimônio, que nada é feito do dia para a noite.


Como uma regra de bolso, se algum ‘’profissional’’ de investimento te prometer ganhos acima de 2% ao mês de forma garantida, consistente e sem risco, fique com um pé atrás. O maior investidor de todos os tempos, Warren Buffett, entregou 20% ao ano durante 50 anos, e não foi de forma linear, houve grandes perdas no período.


Dado o devido alerta, acredito que o principal trabalho que deve ser feito é o de estudar constantemente aquele investimento que pretende fazer e continuar estudando mesmo depois de ter feito, é o seu patrimônio que está em jogo.


"Investir em

conhecimento rende sempre os melhores juros"

Benjamin Franklin









ORGANIZAR AS FINANÇAS


Outra etapa importante é organizar as finanças pessoais antes de investir e estar em um momento de estabilidade financeira, ou seja, ter um emprego seguro, com renda previsível, contas em ordem, dívidas controladas ou quitadas, e caso tiver uma empresa, que ela esteja saudável financeiramente não precisando de aportes recorrentes.


Dentro desse ponto temos ainda que pensar na construção da reserva de emergência, que simplificando, é uma reserva de recurso que garante 6 meses do seu custo de vida mensal, investido em um ativo com baixíssimo risco, alta liquidez e rentabilidade razoável. Temos um artigo dedicado a reserva de emergência que você pode encontrar no blog.


Com a reserva de emergência estruturada e as finanças em ordem, passar pelas turbulências do mercado ficará mais fácil, fazendo com que você tenha resiliência e aproveite as oportunidades que um mercado de baixa pode nos dar.


O grande investidor Warren Buffett, dono da holding Berkshire Hathaway disse uma vez na reunião de acionistas que preza sempre por ter US$ 20 bilhões de dólares em caixa, pois considera que o caixa é como o oxigênio em tempos de crise, e que permite agir de forma racional nesses períodos.


Guardadas as devidas proporções, ter uma forte liquidez é de extrema importância.


EXPOSIÇÃO ADEQUADA


Estando pronto para fazer o primeiro investimento, é ideal que seja dedicado apenas o recurso em que você não irá precisar no curto prazo, seja para emergência ou adquirir algum produto/serviço, pois poderá correr o risco de resgatar o dinheiro do investimento em um mau momento de mercado obtendo prejuízo na operação.


Outro ponto seria dedicar uma quantia adequada, pois caso ocorra uma grande perda em algum investimento, seja por uma forte oscilação na cotação do ativo ou da quebra total do investimento, isso não prejudique o seu atual padrão de vida.


Para isso deve-se pensar na exposição que se faz a determinado investimento, gosto de pensar sempre em percentual sobre o patrimônio total. Por exemplo, para quem está começando a investir em ações, dependendo do perfil, uma exposição de 2,5% a 5% do patrimônio total em uma carteira diversificada de ativos pode ser saudável. Sendo assim, para um patrimônio total de R$ 100.000,00, seria dedicado R$ 5.000,00 as ações. Se caso ocorrer a perda de 100% do investimento, o impacto não é tão grande e fica mais fácil de recuperar o investimento.


Claro, não existe uma regra de bolso quando falamos de exposição e sim considerar essas questões que citei e pensar em um percentual ou até valor monetário que você se sentiria confortável.


HORIZONTE DE RETORNO


Passado por todas essas etapas, chega o momento em que escolheremos um ativo para investirmos, seja ações, FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário), Fundos Tradicionais, Criptos, ETFs, o que for. Nesse caso, é importante entender que cada investimento pode ter um horizonte de retorno e a partir disso ter a paciência de esperar. Por exemplo, na média as ações podem levar de 5 a 10 anos para entregar todo o seu potencial de retorno, lembrando que vai depender de cada empresa, seus projetos, ritmo de crescimento, setor, ciclo econômico e macroeconomia. Sabendo disso, é interessante pensar que o seu recurso será ‘’trabalhado’’ pelo ativo ao longo do tempo e que vai ter uma certa oscilação.


Não quer dizer que você deve alocar o seu recurso e esquecer dele, mas sim analisar de tempos em tempos a performance do ativo, ler os relatórios produzidos pela empresa e pelos analistas, estar atento as notícias, verificar se o ativo ainda mantém os fundamentos positivos.


“Investir deve ser mais como ver a tinta secar ou assistir a grama crescer. Se você quer adrenalina, pegue $800 e vá para Las Vegas.” – Paul Samuelson.


EVITE O EFEITO MANADA


Para não sofrer grandes quedas em um ativo e acabar vendo seu patrimônio financeiro cair abruptamente, evite tomar decisões conforme a manada. Com isso quero dizer investir nos ativos onde a maioria das pessoas estão investindo, que há um forte otimismo em volta daquela tese de investimento ou determinado mercado.


Deixe me explicar o porquê isso é perigoso, os preços dos ativos são formados com base em expectativas que são projetados para o futuro e então o mercado traz toda essa expectativa para valor presente, pois todos querem chegar primeiro em algo que pode trazer muito retorno no futuro, com isso os preços têm uma forte alta no curto prazo a espera da empresa, fundo ou qualquer outro ativo de renda variável atender as expectativas dos investidores. Se o ativo superar as expectativas, o preço tende a continuar subindo, mas se algo de grave acontecer na macroeconomia de dentro ou fora do país, a empresa reportar resultados decepcionantes, cortar o pagamento de dividendos e entre tantas outras coisas que podem acontecer que faça com que as expectativas dos investidores diminuam, o preço do ativo tende a cair.


Por isso é importante estar atento aos sinais de um mercado em alta ou de forte otimismo com um determinado ativo. Existe algumas maneiras de identificar esses momentos e você conseguir fazer um rápido julgamento se deve ficar dentro ou fora de um investimento, que vou listar abaixo.


Otimismo da imprensa:  Os jornais tendem a ser os primeiros a dar as boas notícias ao investidor sobre o crescimento dos mercados ou enorme valorização de um ativo que está na boca dos investidores, trazendo análises de figuras do mercado, projeções otimistas para a bolsa, manchetes chamativas, caricaturas sobre o atual momento, valorização em percentual etc.



Em resumo, não tome nenhuma decisão de investimento com base em uma leitura de jornal ou porque tal ativo está sendo muito falado.


Queda da taxa de juros: A queda dos juros beneficia os ativos de renda variável pois diminui a taxa de desconto usada nos valuations feitos pelos investidores aumentando o valor de mercado das empresas, também faz com que a atratividade da renda fixa diminua levando os investidores a tirarem o dinheiro de ativos de crédito privado ou título público e direcionar para ações, FIIs entre outros. Elevando o preço desses ativos simplesmente por uma maior demanda.


Relação P/L (Preço/Lucro) alta: Basicamente o indicador P/L procura passar a ideia teórica de retorno do valor investido do acionista na empresa. Por exemplo, se você investe em uma empresa onde a ação está sendo negociada no mercado a R$ 10,00 e o LPA (Lucro por Ação) da empresa é de R$ 1,00, isso quer dizer que teoricamente você levará 10 anos para retornar o seu capital investido. Logo, é de se pensar que quanto maior esse indicador, pior, pois seu recurso demorará mais tempo a ser retornado. Isso acontece quando existe um forte otimismo com a empresa elevando o preço das ações e consequentemente elevando o indicador P/L. Entendido isso, é prudente evitar empresas e mercados que estão sendo negociados a um alto P/L. Mas o que seria um número elevado? Vejamos no exemplo abaixo.


Até o momento deste artigo, a bolsa brasileira negocia a um P/L muito baixo, em torno de 8x lucro, o que pode indicar um momento de bolsa barata. Olhando o histórico dos dois índices, pode-se entender que um patamar acima de 15x a 25x, seria um patamar elevado onde seria mais arriscado estar na bolsa.



Ao contrário das bolsas americanas, onde o índice de tecnologia S&P 500 negocia a um patamar de 20x lucro, impulsionado pelo boom de empresas de tecnologia.


Sendo assim, acredita-se que investir na bolsa americana nesse momento pode ser arriscado.


Índice Fear & Greed:  O índice do medo e da ganância é muito interessante pois procura medir o quão otimista ou pessimista o mercado está com as ações do país. E como já vimos até agora, investir em momento de forte otimismo pode ser arriscado, então o investidor pode olhar esse termômetro e ver o nível de otimismo e pessimismo dos investidores, trago um exemplo atual abaixo.



Entendendo o efeito manada você consegue evitar grandes perdas com seus investimentos tendo uma performance de longo prazo superior a maioria.



Mesmo entendendo e colocando em prática todos esses ensinamentos, é importante ressaltar que você não estará imune de sofrer as quedas do mercado e prejuízos momentâneos. Pensando nisso partimos para a próxima parte deste artigo que é onde vamos discutir sobre como passar por uma queda do mercado sem que você tome decisões precipitadas ou por impulso.


CONHEÇA O SEU ATIVO


No início deste artigo ressaltei a importância de dedicar um tempo para aprender sobre determinado investimento, a fim de compreender seus riscos, retornos e liquidez. Sendo assim, ele se aplica a um ativo específico, seja ações, FIIs, criptos, renda fixa etc. Pois quando a turbulência vier, a sua convicção nesses investimentos será testada e é fundamental que você tenha feito a lição de casa.


Para isso é importante que você análise três características existentes em todo tipo de investimento, são eles, Retorno, Risco e Liquidez. Claro, existe muitas formas de analisar um investimento e cada investidor é livre para fazer seu check-list, mas para você que está começando, iniciar uma análise por esses três fatores pode ajudar a evitar que você se perca no processo e acabe esquecendo pontos importantes.



Abaixo veremos o que analisar em cada elemento do triângulo.


RETORNO


O ponto do retorno é o que todos os investidores mais prestam atenção, e não é por menos, afinal, queremos que os nossos recursos tenham a maior rentabilidade possível.


Assim vou ressaltar alguns pontos que nos ajudam a entender o retorno das ações.


·     Dividend Yield: É a remuneração do acionista dada em percentual via pagamento de dividendos.

 

·       Perspectiva de upside da ação: A projeção de valorização feita por analistas para aquela ação. Também é determinado o preço-alvo da ação.


·    Taxa de crescimento do LPA (Lucro por Ação): O preço das ações no longo prazo acompanha os resultados da companhia, se o LPA cresce, consequentemente as ações também irão se valorizar.

 

·      ROE, ROIC e ROA: São indicadores de rentabilidade da companhia ao acionista. Quanto maior melhor. 

 

·      Margem Bruta e Margem Líquida: São indicadores de performance do negócio, empresas com margens altas tendem a trazer um retorno maior no longo prazo e a serem mais resilientes em períodos de crise. Também indica que o negócio é saudável e viável para os acionistas.

 

·      Governança corporativa: Analisar a capacidade de execução da gestão da empresa como também a organização e transparência com os acionistas.

 

·   Setor: É importante analisar o setor em que a empresa está inserida. Se tem boas perspectivas de crescimento, tamanho, concorrência etc.


Analisando esse conjunto de fatores conseguimos ter uma ideia da capacidade da ação entregar retorno ao investidor.


RISCO


Alguns riscos estão presentes no investimento em ações, que é importante o investidor ficar atento e analisar constantemente, a fim de entender se compensa encarar o risco em troca do retorno apresentado.


·       Volatilidade: Basicamente significa a variação da cotação das ações no mercado diariamente, onde seu patrimônio pode sofrer algumas quedas em um período. Por mais que a simples volatilidade não seja considerada como verdadeiro risco por grandes investidores, é importante o investidor ter a ciência de que seu patrimônio pode oscilar em alguns momentos e até ficar no negativo.

 

Para gerenciar esse risco, é importante começar por ações confiáveis que são de empresas sólidas, com números fortes, pagadoras de dividendos e em setores perenes (Bancos, Energia Elétrica, Seguros, Saneamento, Telefonia). Também manter uma carteira amplamente diversificada.


·       Risco do negócio: Uma ação não é só uma sigla piscante no computador, por trás daquilo existe um negócio complexo, com pessoas, produtos, estoque, fornecedores, sistemas, contratos, galpões, escritórios, frotas, dívidas e muitos mais. Sendo assim, é mais importante ficar atentos ao negócio do que no sobe e desce das ações.   

 

De uma forma geral os riscos que uma empresa pode apresentar ao longo do tempo são, Operacional, Financeiros, Competitivos, Regulatórios e Setoriais.


LIQUIDEZ


Liquidez significa o tempo e a facilidade em que o investidor terá em transformar o seu investimento em dinheiro. Um ativo com alta liquidez é aquele em que quando você resgata o recurso demora poucos dias para cair na sua conta.


E as ações brasileiras num geral são muito liquidas, podendo ser feita a compra e venda a qualquer momento, apenas demorando 2 dias úteis para a operação ser 100% efetivada. O único detalhe é que caso o valor do aporte ser muito alto e o volume negociado diariamente da ação ser baixo, pode ser que você não consiga realizar 100% a sua operação e precise fazer várias ordens.

 

Aplicando os três elementos do triangulo você conseguirá conhecer bem o ativo em que estará investindo e não ficará abalado quando alguma turbulência acontecer, pois você já compreende o funcionamento do investimento.


Em resumo, procure conhecer como funciona o retorno do ativo, possíveis riscos que você estará correndo e como você consegue seu dinheiro de volta quando precisar.



DIVERSIFIQUE SEUS INVESTIMENTOS


A diversificação é uma das primeiras coisas que aprendemos quando começamos a investir e logo nos deparamos com aquela famosa frase ‘’Nunca coloque todos os ovos na mesma cesta’’, o que é absolutamente verdade. Um portfólio diversificado tem a capacidade de reduzir significativamente as perdas no consolidado da carteira e em ativos específicos.


É compreensível que no início da construção do portfólio do investidor, se concentre em poucos ativos, pois dificilmente o aporte inicial é alto. Mas é fundamental que ao longo da jornada se obtenha uma diversificação maior com a inclusão de novos ativos em diferentes classes.


Baseando-se em um cenário onde o investidor tenha um volume alto para aportar, é indicado procurar alocar esse recurso aos poucos e não ter pressa. Em um primeiro momento aloca em um ativo e o restante deixa em renda fixa. A partir do momento que você encontre outro ativo, se faz outra alocação, sempre tendo cautela com a exposição sobre o patrimônio total. Se faz isso até que o recurso esteja 100% alocado.


Agora se o cenário é o inverso, onde o valor do aporte é menor, o investidor pode ir concentrando em poucos ativos até alcançar um volume interessante. É importante que a reserva de emergência já esteja bem estruturada e que se estude bem o ativo em questão.


ATIVOS DESCORRELACIONADOS


Outro ponto importante sobre a diversificação é que preze por alocar em ativos descorrelacionados entre si. Esse foi um dos ensinamentos passados por Harry Markowitz.

Ativos descorrelacionados são aqueles que possuem um comportamento contrário perante uma oscilação de mercado, onde um tende a subir e o outro a cair, conseguindo anular ou reduzir consideravelmente o prejuízo.


Para ilustrar, gosto de dar o seguinte exemplo, imagine que você tenha no portfólio uma empresa que vende protetor solar e outra que vende guarda-chuva. Em momentos de sol forte, a de protetor solar aumenta as suas vendas, valorizando assim a suas ações, ao contrário da empresa de guarda-chuva que quase não vende nessa época, o que faz as suas ações desvalorizar. E o contrário também acontece. Nesse exemplo o seu portfólio estará com ativos descorrelacionados.


Agora pensando em um outro exemplo prático, imagine que você tenha um portfólio de ações concentrado em apenas um setor, seja, agronegócio, mineração, petróleo, varejo, financeiro e entre outros. Caso aconteça algo na economia que afete negativamente um desses setores, o seu portfólio tende a sofrer uma forte queda.


Sendo assim, abaixo listo os tipos de diversificação que você deve buscar ter em seu portfólio.


Diversificação em classes de ativos: É uma exposição em várias classes de ativos como, renda fixa, ações, FIIs, Fundos, ETF, imóveis, cripto etc.


Diversificação setorial:  É fundamental evitar a concentração excessiva em um único setor da economia, por isso, procure diversificar em ativos no setor de energia, financeiro, seguros, varejo, comodities, tecnologia, utilidade pública, infraestrutura, imobiliário e entre outros.


Diversificação geográfica: Se trata de ter exposição a ativos de fora do seu país de origem. Está ficando cada vez mais democrático investir em ativos de outros países, existindo diversas formas de se expor, seja através de ativos específicos, ETFs, Fundos e Carteiras Recomendadas. Uma alocação comumente indicada seria de 20% do portfólio total, mas não precisa já começar com esse percentual, e sim aos poucos conforme for conhecendo mais sobre o mercado internacional.

 

Prezando por uma certeira diversificada, você conseguirá reduzir o risco total do seu portfólio, controlar a volatilidade e reduzir perdas pois o prejuízo em um investimento poderá ser compensado pelo outro, aproveitar oportunidades de investimento e ter uma maior resiliência no longo prazo.


VIVENCIANDO A QUEDA


É certo que em algum momento em nossa jornada como investidor, iremos vivenciar algumas quedas na cotação dos nossos ativos, seja devido a crises econômicas, interferência política, desastres ambientais ou problemas específicos do ativo. Por mais que nos preparemos ao máximo e tomamos todas as cautelas, será quase impossível escapar, mas o ponto positivo é que se seguirmos os conceitos descritos nesse artigo ficaremos mais confiantes e tranquilos. Abaixo descrevo algumas atitudes que você deve tomar quando estiver vivenciando a queda de algum ativo

 

1° PASSO: ENTENDER A QUEDA


Acredito que antes de tomar qualquer decisão de compra ou de venda de um ativo em um momento de queda, devemos nos fazer duas perguntas, essa queda ela é fundamentada ou é em decorrência de um acontecimento de mercado?


Queda Fundamentada: É quando a queda do ativo é justificada por uma deterioração dos fundamentos desse ativo, pegando o exemplo das ações, uma empresa pode estar sofrendo uma queda das suas ações por conta de algum dos motivos abaixo:


Ø  O seu lucro caiu de um trimestre para o outro.

Ø  O endividamento está aumentando.

Ø  As margens estão se comprimindo.

Ø  O aumento da concorrência está ameaçando os negócios da companhia.

Ø  Aconteceu algum desastre envolvendo a empresa, seja operacional ou ambiental.

Ø  O lançamento de um novo produto não trouxe os resultados esperados.

Ø  Aconteceu alguma fraude ou problema de governança corporativa.

Ø  Erro estratégico da companhia.


Se a queda das ações for justificada por algum desses tópicos acima, quer dizer que essa queda ela é fundamentada, pois os fundamentos da empresa se deterioraram sendo uma queda mais grave pois a recuperação do valor das ações depende da própria empresa, e o mercado acreditar nessa recuperação, que pode não acontecer e o preço das ações nunca mais voltar aos mesmos patamares.


Queda de mercado:  Por outro lado, as quedas das ações também podem ser causadas por um momento de mercado, onde esteja acontecendo algum fato na economia que faça com que os investidores revisem suas expectativas futuras para os ativos derrubando as cotações. Abaixo deixo alguns exemplos que pode acontecer na economia que afeta os ativos.


Ø  Alta dos juros, por mais que seja consequência de outras coisas que pode estar acontecendo, projeções futuras de alta nos juros acabam afetando os ativos de renda variável.

Ø  Expectativa negativa com um novo governo.

Ø  Pandemias.

Ø  Crises externas em países relevantes para a economia nacional.

Ø  Bolhas de mercado.


A probabilidade de alguns dos cenários citados acima acontecer em algum momento na sua jornada como investidor é alta, visto que permanecerá investido por muitos anos. Sendo assim é importante estar ciente do que poderá enfrentar.





2° PASSO:  DEDICAR ATENÇÃO AO ATIVO


Nos momentos de forte volatilidade devemos direcionar toda a nossa atenção ao ativo em que estamos investidos pois é algo que está sob nosso controle. Procurar entender quais decisões os gestores irão tomar e como pretendem se recuperar de tal fato.


Para isso, busque assistir as teleconferências de resultados da companhia, ler os relatórios de performance, também relatórios de bons analistas, fala de gestores de fundos que estão comprados no ativo etc. Isso vai te ajudar a tomar uma decisão mais embasada sobre se deve investir mais naquele ativo ou vender.


FOCO NO LONGO PRAZO


Lembre-se sempre que investimento em renda variável o foco sempre deve estar no longo prazo pois é onde você irá conseguir capturar a maior parte do retorno e recuperar as perdas que sofreu. Um horizonte de 5 a 10 anos para um ativo de renda variável é o ideal, e tem uma justificativa para esse tempo, é porque quando investimos em uma empresa através das ações, essa mesma empresa está investindo em projetos que farão com que ela cresça no futuro e muitas vezes leve alguns anos para começar a colher os resultados desse investimento.


Os resultados que a companhia tem ao longo do tempo possui uma forte correlação positiva com o valor das ações no longo prazo, isso quer dizer que no longo prazo a cotação das ações tendem a seguir os resultados da companhia, sejam eles positivos ou negativos.



“Não possua uma ação nem por 10 minutos, a menos que esteja disposto a possui-la por pelo menos 10 anos” – Warren Buffett


E chegamos ao fim de mais um artigo, espero ter ajudado a passar pelas crises do mercado de forma mais tranquila e tomar melhores decisões. Fico a disposição para qualquer dúvida que tiver.


Até o próximo artigo!

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