top of page
Foto do escritorVinicius Andrade

INVESTINDO NO ATIVO MAIS SEGURO DE TODOS

Atualizado: 13 de set.


Imagino que o título desse artigo tenha te deixado curioso, e não é para menos, como assim investir em um ativo que é mais seguro que todos os outros? Calma,      que já vou explicar.      Trata-se dos Títulos públicos, ativos de renda fixa emitidos pelo governo brasileiro e disponibilizado pelo Tesouro Nacional para que qualquer investidor pessoa física ou empresa possa investir. Existem alguns formatos de emissão e indexadores de rentabilidade, os quais vamos entender mais à frente.


Mas inicialmente vamos entender o porquê que o governo emite títulos da dívida pública para que possamos investir.


Primeiramente se trata de um instrumento de política monetária realizada pelo Banco Central denominada de Open Market, que visa fazer a compra e venda de títulos públicos federais junto aos bancos comerciais, que logo depois é disponibilizado para os seus correntistas. Com isso, o BC tem o objetivo de controlar a quantidade de dinheiro na economia, estimulando ou retraindo o consumo.


E em segundo lugar, o governo emite títulos da dívida justamente para financiar a sua própria dívida e seus projetos sociais, em troca paga juros para os investidores.

 

E por que esses títulos são considerados os investimentos mais seguros de todos e vistos pelo mercado com “livre de risco’’? Simplesmente porque o governo tem a possibilidade de imprimir dinheiro e pagar os seus credores. Claro que isso gerará consequências inflacionárias no futuro, mas os investidores terão os seus recursos de volta no vencimento do título. Considerando isso, o risco de crédito do governo é bem baixo, o que irá refletir na remuneração do título, se o risco de crédito do governo aumentar, as taxas irão aumentar junto e o contrário também acontece.


Por isso, quando formos realizar um investimento em algum outro ativo, devemos olhar quanto que o ‘’ativos livres de riscos’’ (títulos públicos) estão remunerando, porque se esse investimento estiver remunerando menos que os títulos públicos, provavelmente não compensará o risco, por estar renunciando a um ‘’ativo livre de risco’’.


CARACTERISTICAS DOS TÍTULOS PÚBLICOS

 

Entendido o porquê de os títulos públicos serem seguros, vamos entrar agora nas suas características. Basicamente existem três tipos de títulos e suas variações:

 

TESOURO SELIC


O título Tesouro Selic, possui o indexador pós-fixado que acompanha a variação da taxa Selic, onde o investidor irá receber o acumulado de toda essa variação no vencimento. Sua liquidez é diária, ou seja, após fazer o investimento pode-se fazer o resgate a qualquer momento e o recurso cai no mesmo dia a depender do horário que foi feita a solicitação. Existem títulos com vencimento para 2027 e 2029, sendo renovados conforme o passar do tempo. Esse título é considerado o de menor risco de mercado, por ter uma volatilidade quase nula, sendo fundamental para a construção da reserva de emergência. O investimento nesse título é bem democrático, sendo a aplicação mínima em torno de R$ 150,00.


Esse título também é o ideal para caso você acredite que os juros da economia (SELIC) irão subir no curto e médio prazo.


É importante lembrar que os títulos do tesouro não possuem a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).


A forma de rendimento desse título é diária, começando a partir do momento em que é feita a aplicação. Desta forma é possível acompanhar diariamente o rendimento.


Todos os títulos públicos possuem uma sigla em que é possível a sua identificação, no caso do Tesouro Selic, sua sigla é LFT (Letra Financeira do Tesouro).


Exemplo de um título pós-fixado:




TESOURO IPCA+


Outro título público bem tradicional é o Tesouro IPCA+, que possui uma rentabilidade híbrida, sendo uma parte pós-fixada que é o IPCA (inflação), pois não sabemos qual será a inflação no dia de amanhã. E a outra parte pré-fixada, que é a taxa contratada no início do investimento dada de forma anual sem considerar imposto de renda. Se mantida até o vencimento do título recebemos exatamente essa taxa somada a variação da inflação. Sendo assim, independente de quanto foi a inflação no período em que mantivermos o investimento no título, no vencimento teremos terá toda a inflação acumulada mais a taxa contratada.


Também nomeada de NTN-B, esse título já possui algumas diferenças de características perante o tesouro Selic, como: pagamento de juros semestrais em alguns títulos, vencimentos mais longos (2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060).


Algo que devemos ficar atento ao investir nesse título é com o risco de mercado (volatilidade), pois, a partir do momento em que realizamos o investimento até o vencimento do título, o  recurso pode ter uma variação expressiva, podendo chegar a ficar negativo. Isso é chamado de Marcação a Mercado, que vou dedicar um artigo inteiro para estar falando sobre, mas basicamente é a precificação diária do do título, feito pelo mercado ocasionado pela variação da taxa pré-fixada e inflação. Em outras palavras, caso a taxa negociada a mercado for maior que a que contratamos, podemos sofrer negativamente com a marcação a mercado, obtendo prejuízo ou deságio. Mas caso a situação for o contrário, e a taxa contratada for maior do que a negociada a mercado, possivelmente teremos terá lucro no  investimento ou ágio. Mas é importante lembrar que mesmo com toda essa volatilidade, se mantivermos investimento até o vencimento do título teremos o retorno contratado mais a variação da inflação.


Fonte: Tesouro Direto



Exemplo de um título IPCA+:


TESOURO PREFIXADO


Entre os títulos que expliquei até agora, a LTN (Letra do Tesouro Nacional), ou melhor, o Tesouro Prefixado, chega a ser um dos mais arriscados por conta da marcação a mercado e do risco de custo de oportunidade, que é o custo que temos ao renunciar um investimento na preferência de outro. Como na LTN contratamos uma taxa prefixada e as taxas no mercado variam o tempo todo, aumentando e diminuindo, então corremos o risco de investir nesse título a uma taxa contratada e algum tempo depois o mesmo título estar sendo negociado a uma taxa maior, deixando de receber essa taxa.


Por isso, o momento  ideal de se investir nesse tipo de título é quando as taxas de juros já tiverem atingido seu pico e demonstrando queda e já com uma trajetória de queda, porque assim ganharíamos na marcação a mercado.


 Lembrando que se mantivermos a LTN até o vencimento, iremos receber a taxa acordada de quando fez o investimento.


Na LTN temos a opção de títulos com ou sem cupom semestral, sendo descrito no momento do investimento.


Os vencimentos também são diversos, tendo para os anos de 2027, 2031 e 2035, até o momento deste artigo.


Exemplo de um título Préfixado com e sem cupom de juros:


Um ponto interessante sobre os títulos públicos é que é possível fazer aportes mensais no mesmo título em que investimos acumulando recursos e aumentando o efeito dos juros compostos. Por isso, para objetivos com data marcada para acontecer e que será preciso realizar aportes mensais, os títulos públicos são os indicados.

 

Claro, existe mais variações de títulos públicos que são emitidos pelo tesouro, como: Tesouro Educa+ e Tesouro Renda+. Porém, neste artigo procurei trazer os mais tradicionais que acredito ser o indicado para você começar. Em breve trarei mais artigos falando sobre essas variações.

 

Espero ter te ajudado a entender mais sobre os títulos públicos. Se restou mais alguma dúvida não hesite em me chamar. Até o próximo artigo.

14 visualizações

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page