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ONDE INVESTIR A RESERVA DE EMERGÊNCIA?

Foto do escritor: Vinicius AndradeVinicius Andrade

Atualizado: 14 de out. de 2024



Quando pensamos em começar a investir, às vezes a ansiedade é tanta que pensamos em ir direto para as ações, FIIs, fundos, cripto etc. Procurando fazer nosso dinheiro render o mais rápido possível. Mas não paramos para pensar que um dos fatores mais importantes para começarmos a investir e fundamental para que não sejamos tirados de jogo seria a famosa e clássica: RESERVA DE EMERGÊNCIA.


Pode parecer que esse assunto de reserva de emergência já esteja bastante batido e que todos saibam da sua importância, mas infelizmente muitas vezes o emocional fala mais alto e o investidor acaba ignorando a construção dela.


Mas o que é a reserva de emergência e por que ela é tão importante?


Primeiro a reserva de emergência é uma reserva que servirá para os imprevistos da vida, que poderá ser utilizada quando acontecer algo como acidentes, doenças, perca do emprego, dano a um patrimônio importante, isso tudo com você ou familiar.


A reserva de emergência é diferente da também famosa reserva de oportunidade, que é utilizada estrategicamente na carteira para aproveitar oportunidades que venham aparecer de comprar ativos a preços descontados. Mas isso vou buscar trazer em outro artigo.


Voltando para a reserva de emergência, dado sua utilidade, podemos ver sua extrema importância em nossas vidas, pois ela possibilita termos uma vida mais leve e tranquila, onde a dor de cabeça dos problemas do dia a dia se torna menos dolorida.


Eu particularmente adoro a ideia da reserva de emergência e acredito que todos deveriam se concentrar em tê-la bem estruturada.


Falando em ‘’estruturar’’, como formamos essa reserva de emergência e em quais ativos alocamos?


Pois bem, primeiramente temos que saber a soma dos nossos custos mensais essenciais, sejam eles água, luz, telefone, financiamento, aluguel, educação, transporte e por aí vai. Para facilitar, considere todos aqueles custos mensais que não dá para deixar de pagar ou que você não viveria sem, Netflix não vale.


Somado tudo isso, vem uma outra parte da formação da reserva de emergência que é considerar o seu atual contexto de vida, para definir qual vai ser o volume financeiro total da reserva. O que quero dizer com isso? Caso você seja servidor público, a previsibilidade e estabilidade da renda é alta, sendo assim você pode se dar ao luxo de ter uma reserva de emergência menor, 3 meses dos custos mensais. Outra situação é caso você seja jovem, more com os pais, não tenha muitas despesas e preze por um padrão de vida mais enxuto.

 

Agora se você é empresário, PJ ou sente que está em um emprego instável, o ideal é que a reserva de emergência seja mais robusta, de 6 a 12 meses.


Fora outras considerações importantes como, ser único provedor de renda da família, estar cuidando de algum familiar, fazendo uma transição de carreira ou vivendo um momento difícil no país, um exemplo foi a pandemia.  


Imagino que você esteja olhando para si próprio e pensando, ‘’é, realmente considerando tudo isso a reserva de emergência é muito importante e eu preciso de uma’’.


Já entendido a sua importância, vamos falar sobre qual ativo direcionar o dinheiro dessa reserva.


Eu costumo brincar que a reserva de emergência não é para ter ‘’graça’’, digo isso pois pode chegar um momento com a queda das taxas de juros em que a reserva vai render cada vez menos, e ao ver isso, o investidor fica agoniado e já pensa em colocar esse dinheiro em algo que renda mais, achando que é perca de tempo, assumindo então riscos desnecessários, podendo até perder a sua reserva.


Sendo assim, esse investimento deve estar em ativos com os seguintes critérios: alta liquidez (liquidez é a capacidade de determinado ativo ser transformado em dinheiro), baixíssimo risco, e um retorno pós-fixado como a taxa de juros Selic ou CDI. Abaixo dou 3 exemplos de ativos que se encaixam para a reserva de emergência:

 

TESOURO SELIC

 

 O Tesouro Selic faz parte da família de títulos emitidos pelo governo, para que este possa financiar suas atividades, é considerado pelo mercado como ativo livre de risco, porque o governo no pior dos casos vai ter a capacidade de imprimir dinheiro para pagar o principal e os juros do período para o investidor. A rentabilidade deste título seria a taxa básica de juros SELIC, que o Banco Central determina a cada 45 dias, e que este título acompanha. Lembra que falei de rentabilidade ser pós-fixada? Seria esse o caso, porque você não sabe exatamente qual é a rentabilidade que vai ter nesse título até o final do vencimento, pois os juros podem cair e subir diversas vezes. Por falar em vencimento, esse título possui diversos vencimentos, que não faz muita diferença porquê você pode utilizar várias vezes no decorrer da vida, por ter liquidez diária, é bem tranquilo de fazer os resgates. 

 


FUNDOS DE INVESTIMENTO EM RENDA FIXA



Os Fundos de Investimentos também podem ser uma outra opção para você colocar sua reserva de emergência. Mas antes, explicarei rapidamente o que é um fundo de investimento: é onde diversos investidores destinam parte de seus recursos financeiros para as mãos de um gestor profissional e que juntamente com um time de analistas vão alocar esses recursos em ativos do mercado financeiro, procurando entregar uma boa relação risco retorno para seus cotistas.


Existem fundos de investimentos que alocam em diversas classes de ativos, mas os indicados para alocar a reserva de emergência são os fundos que já tem alguns bons anos de fundação e de gestoras consolidadas, quanto mais antigo melhor, porque você consegue ver se o fundo foi resiliente em determinados períodos da economia brasileira. Mais de cinco anos já é um bom indicativo. Outro ponto importantíssimo é a liquidez do fundo, sendo ideal D+0, isso quer dizer que o resgate que você solicitou cairá no mesmo dia.


É bom também que o fundo tenha uma volatilidade baixa, pois a última coisa que queremos é que o dinheiro da nossa reserva de emergência fique no sobe e desce do mercado. Quanto as taxas de administração, conseguimos encontrar fundos com baixas taxas, próximas de 0,30% (ao ano) ou 0,40% a.a. e evite fundos com taxa de performance.


Para fins explicativos e didáticos, deixo alguns exemplos de fundos que são usados como reserva de emergência:


BNP PARIBAS MATCH DI FI RF REFERENCIADO CP

BTG PACTUAL YIELD DI FI RF REFERENCIADO CP

V8 CASH FIC FI RF

MAG RF FI

 

CDBs



O significado de CDB é (Certificado de Depósito Bancário), são títulos que os bancos emitem para captar recurso no mercado para financiar suas atividades de empréstimo, ou seja, eles pegam emprestado de você a uma taxa X e empresta para seus clientes a uma taxa XX, bem maior do que a que pegou emprestado, lucrando com a diferença.


Os CDBs também é uma opção para colocar a sua reserva de emergência, mas existem alguns detalhes que na qual devemos prestar atenção e que vou descrever para você.


Primeiramente devemos priorizar CDBs de bancos sólidos, longevos e lucrativos. E que esses CDBs sejam de liquidez diária sem carência, com retorno de no mínimo 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). O que significa ser 100% do CDI? Significa que se a taxa do CDI estiver em 10% a.a. esse CDB remunerará 10% a.a. Se indicar 105% do CDI, remunerará 10,5% a.a.


Lembra que eu disse que a reserva de emergência não é para ter ‘’graça’’?


Então, por que estou dizendo isso novamente? porque você pode se deparar com CDBs rendendo 120% do CDI, 140% do CDI etc. Taxas altíssimas que provavelmente serão de bancos não tão sólidos e pode ser que a sua reserva de emergência não estará segura.


O ponto negativo do CDB, e o que me faz preferir as duas primeiras opções é que não é possível reinvestir no mesmo CDB que você comprou no passado, sendo necessário investir em outro CDB, fazendo você ter uma quantidade enorme de CDBs na carteira, isso pode te atrapalhar caso você estiver construindo sua reserva com aportes mensais.

 


Então para finalizar, quero ressaltar a importância da reserva de emergência para as nossas vidas, pois com ela ficamos muito mais tranquilos perante situações adversas e vivemos uma vida segura. Eu acredito que todos em algum momento deveriam trabalhar a estruturação da sua reserva de emergência e procurar deixá-la bem robusta. Além de ter uma importância estratégica para a nossa carteira de investimentos, nos possibilitando tomar risco de forma saudável em outras classes de ativos.

 

Caso ainda estiver com alguma dúvida ou dificuldade em formar a sua reserva de emergência, fique à vontade para me procurar e estruturamos ela juntos.

 

Mais uma vez agradeço por estar aqui lendo meu artigo e nos vemos no próximo.

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