Quando realizamos algum investimento, esperamos obter uma forma de retorno após um período, que pode ser por ganho de capital, ou seja, investir em algo por ‘’x’’ e vender por ‘’xx’’. E a outra forma é através de uma renda passiva que aquele ativo investido irá gerar de tempos em tempos. Quando falo renda passiva quero dizer aquela renda que cai na sua conta sem que você tenha que ter depositado sua força de trabalho para tê-la. Claro, existiu uma força de trabalho inicial para ter aquele recurso, mas depois de alocado, esse dinheiro começa a gerar mais dinheiro, formando a famosa ‘’bola de neve’’.
E o nome que damos a esse tipo de retorno é DIVIDENDO, qual será o foco de hoje nesse artigo e irei dissecar essa forma maravilhosa de renda.
Então primeiro, o que significa a palavra ‘’dividendo’’? Significa que é algo que pode ou deve ser dividido. E no mundo dos negócios é um percentual ou valor monetário dos lucros resultantes das operações de uma empresa dividida entre os acionistas. Se você leu meu artigo ‘’O que são as ações’’ lá eu falo sobre a Companhia das Indias Orientais, que foi a primeira empresa no mundo a fazer seu IPO e a distribuir os lucros das suas embarcações para os pequenos investidores.
E há diversas formas de receber dividendos, basta investir em ativos geradores de caixa, que são vários, como: negócio próprio, imóveis, ações, FIIs (Fundos Imobiliários), ativos de renda fixa que pagam cupom de juros (título público, CRI, CRA, debênture) e royalties.
Acontece que tem uma diferença entre esses ativos que citei, alguns precisam ser formados e aguardar atingir uma certa maturidade para aí sim gerar caixa para o investidor, que é o caso do negócio próprio, imóveis e royalties.
Já o mercado financeiro nos dá a oportunidade de investir em ativos que estão maduros o suficiente para ter essa geração de caixa, que é o caso das ações e FIIs. E você pode começar a usufruir dos dividendos vindos desses ativos a partir de hoje, pois gosto de dizer que são ‘’ativos democráticos’’ e está acessível a todos, por valores bem baixos.
Então se você tem a ideia de começar a construir uma renda passiva para uma estratégia previdenciária, acredito que os dividendos desses ativos poderão te ajudar. Continue lendo que você entenderá melhor.
De acordo com o S&P Dow Jones Índices, os dividendos representaram um terço do retorno total do S&P 500 desde 1956 considerando o reinvestimento.
Já na bolsa brasileira o IDIV, que é o índice que é composto pelas empresas mais pagadoras de dividendos, tem um retorno maior que o Ibovespa em uma visão de 5 anos, como mostra o gráfico abaixo elaborado pela economática.
A estratégia focada em investir em empresas que pagam bons dividendos é chamada de Dividend Investing, e é tida como uma das estratégias de investimentos mais bem sucedidas. Praticamente todo portfólio de investimento cabe uma parcela de ativos que gere uma renda passiva e para a construção de patrimônio, eles são fundamentais pois ajudam a complementar os aportes mensais que são feitos mensalmente.
Para entender a mecânica do dividendo e o efeito multiplicador que ele terá no longo prazo no seu patrimônio, gosto de fazer uma analogia com uma arvore de maçã. Para começar a dar frutos uma macieira leva 5 anos, desde o plantio da semente até atingir o tamanho de uma arvore madura e frutífera. O que se assemelha bastante com a construção de patrimônio, não é mesmo? No início demora para crescer, é custoso, requer paciência e regar muito. Voltando a analogia da macieira, quando ela atinge o seu estágio que começa a dar frutos e um belo dia decidimos fazer uma torta de maçã, a gente corta o tronco dá arvore para pegar as maçãs? Acredito que não, certo¿ Nós só pegamos as maçãs que iremos utilizar e fazemos a nossa deliciosa torta de maçã, porque caso o contrário só faríamos a torta uma única vez e com a arvore cortada demoraríamos para fazer outra torta, pois teríamos que esperar mais cinco anos para termos outra macieira.
E caso quiséssemos ter mais uma macieira¿ Basta pegar as sementes das maçãs que a sua primeira arvore produziu e plantar novamente, assim depois de um tempo você terá outra macieira a partir dessa maçã, podendo perpetuar um ciclo infinito de criação de macieiras.
Acredito que você já deve ter entendido como essa analogia da macieira se encaixa com os dividendos, porque acontece praticamente a mesma coisa. Por exemplo, digamos que investimos R$ 1.000,00 em ações do Banco do Brasil em 2022 a R$ 15,00 cada ação, o que nos dá uma quantidade de 66 ações. No ano de 2022 o Banco do Brasil pagou cerca de R$ 2,08 por ação, que multiplicando pelas nossas 66 ações, da um valor de R$ 137,28. Lembra que para ter uma outra macieira basta plantar as sementes da primeira arvore de maçãs? Nesse caso com as ações do Banco do Brasil, poderíamos pegar esse valor que recebemos de R$ 137,28 e comprar mais ações da empresa, que para ficar mais fácil a compreensão vamos supor que se manteve nos mesmos R$ 15,00, que resultaria em mais 9 ações, somando tudo dá 75. Agora em 2023 o Banco do Brasil aumentou o pagamento de dividendos para R$ 2,28. Fazendo a mesma conta, só que agora iremos receber uma quantia maior de dividendos, pois temos mais ações, resultando em R$ 171,00 pagos, isento de imposto de renda. Um aumento de 24,56% ano contra ano. E isso pode se seguir ad aeternum, enquanto a empresa continuar pagando dividendos você pode ir reinvestindo na própria empresa ou em outra da sua carteira, fazendo dinheiro gerar mais dinheiro, causando o verdadeiro efeito bola de neve, que é outra analogia que gosto muito.
Pode parecer pouco no início ou aparentemente irrelevante, mas se você mantiver esse ciclo girando por muito tempo, os dividendos poderão ser capazes de arcar com a maior parte das suas despesas mensais.
Esse efeito de o próprio valor em dividendos conseguir comprar mais ações da empresa, é chamado “número mágico’’, muito famoso também em FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário). Para achar esse número, basta dividir o valor da ação ou da cota do FII, pelo valor do dividendo pago dos últimos 12 meses ou do último mês.
Espero ter te impressionado com a maravilha da mecânica do dividendo e o poder multiplicador que ele tem no longo prazo. Mas calma que tem mais algumas coisas para vermos sobre dividendos.
ENCONTRANDO AS CASH COW (VACAS LEITEIRAS)
Acredito que você já deve ter notado que além de gostar de frases eu também gosto de fazer analogias, por acreditar na sua didática e deixar as coisas mais interessantes.
Já entendendo a mecânica dos dividendos e os seus efeitos multiplicadores, agora vamos descobrir qual segmento é mais comum encontrar as empresas boas pagadoras de dividendos ou melhor, as vacas leiteiras.
Precisamos entender primeiro, porque uma empresa de capital aberto na bolsa paga dividendos volumosos aos seus acionistas. Um dos motivos é porque aquela empresa já conseguiu atingir um patamar de maturidade, onde acaba gerando um volume considerável de dinheiro, acumulando esses recursos em caixa e não tendo projetos com uma taxa de retorno atrativa que compense a alocação ou ela está em um patamar onde continua investindo em seus projetos, mas ao mesmo tempo consegue fazer uma distribuição de dividendos considerável aos seus acionistas sem afetar o seu balanço.
Outra motivação é que por traz da quela empresa pode existir um grupo controlador ou a família fundadora que necessitam da distribuição dos dividendos, para se manter ou alocar os recursos em outros projetos. A boa notícia é que nós acionistas minoritários conseguimos entrar nessa fila e receber a mesma quantidade de dividendos, claro, guardadas as devidas proporções.
Agora quais são os setores que comumente possuem empresas que pagam bons dividendos?
As características importantes que normalmente são observados em setores que tendem a pagar dividendos constantes é: são resilientes a ciclos econômicos, tem receitas estabelecidas em contrato, seus consumidores consomem e pagam independente de qualquer coisa e são setores fundamentais para o funcionamento da economia.
ENERGIA ELÉTRICA
Praticamente todas as empresas do setor de energia elétrica tem suas receitas amparadas por contratos de longo prazo que são reajustados pela inflação. Fazendo com que tenham uma alta previsibilidade de geração de caixa, balanço forte e distribuindo bons dividendos. Além de ser um setor fundamental para qualquer país pois acredito que atualmente não exista alguém que consiga ter uma qualidade de vida sem energia elétrica.
SANEAMENTO
As empresas de saneamento são parecidas com as de energia elétrica pois também tem suas receitas atreladas a um contrato, que são reajustados pela inflação e são de longo prazo. Tratamento de água e esgoto é fundamental também para a produtividade de um país e independente de como esteja indo a economia, as pessoas não deixam de beber água e fazer as suas necessidades fisiológicas, sendo assim, dificilmente deixarão de pagar a conta de água.
INTERNET
Mais essencial que água e esgoto é a internet, brincadeiras a parte, a internet é algo que a sociedade também não vive sem e a economia como um todo praticamente pararia sem ela ou retroagiria uns bons anos. Sendo assim, faz com que as empresas tenham uma receita recorrente de longo prazo e possibilidade de fazer ajustes anuais em seus planos sem perder muitos clientes.
SETOR FINANCEIRO
O setor financeiro existe desde os primórdios da humanidade e provavelmente vão continuar existindo, pois, as pessoas precisam de um lugar para depositar os seus recursos para manterem a salvos ou multiplicá-los, como também precisam do crédito que as instituições fornecem para transformar em consumo ou investimento.
SEGUROS
Acredito que o setor de seguros seja tão velho quanto o setor financeiro, tendo sua existência a milênios, e são fundamentais para minimizar e gerenciar todos os riscos que a sociedade corre, sendo até afirmado que sem as seguradoras não existiria desenvolvimento porque nem todo mundo está disposto a correr cem por cento dos riscos incorridos de certas atividades, e tendo alguém para dividir esse risco ou ser aparado em um momento de sinistro, fica muito mais confortável em iniciar aquele projeto. Além disso, é um produto que as pessoas pagam esperando nunca precisar usar.
CONSUMO NÃO DISCRICIONÁRIO
O setor de consumo não discricionário, são aquelas empresas que produzem produtos fundamentais para o dia a dia das pessoas, ou você sai de casa sem escovar os dentes? Passar desodorante? Lavar o cabelo? Pois é, são produtos que as pessoas continuam consumindo independente das condições econômicas do país.
Empresas boas pagadoras de dividendos podem existir em outros setores além dos que mencionei, vai de você garimpar. Saber das características que uma empresa boa pagadora de dividendo possui é importante para fazer esse garimpo. Que na qual vou detalhar mais, abaixo.
PREVISIBILIDADE DE RESULTADOS
Empresas que tendem a pagar dividendos normalmente são uma das mais consolidadas em seu setor, tendo uma boa geração de caixa e menos volatilidade em seus resultados. Atingiram um nível de maturidade que acaba ficando cada vez mais difícil achar projetos ou expandir para mercados que valha a pena realizar volumosos investimentos, sobrando assim muito dinheiro no caixa que no final das contas é optado por distribuir aos seus acionistas.
BAIXO ENDIVIDAMENTO
Quando buscamos empresas com foco em dividendos, é importante que essa empresa não tenha um endividamento muito elevado, pois caso o contrário aconteça, a empresa acaba tendo que arcar com um volume muito alto de despesas com juros, que come boa parte do seu lucro e consequentemente sua geração de caixa, acontecendo de cedo ou tarde ela acabar fazendo uma interrupção no pagamento dos dividendos. Claro que algumas empresas estão em setores que é normal um certo patamar de endividamento como o de energia elétrica, mas até um certo patamar de dívida a empresa consegue arcar com os juros e ainda sim pagar bons dividendos. Uma regra de bolso que o mercado gosta é um indicador de endividamento chamado Dívida Líquida/EBITDA em um patamar de até 2,5x, mas vai de setor para setor, empresa para empresa.
ALTA RENTABILIDADE
Para uma empresa conseguir pagar bons dividendos e de forma consistente, normalmente elas têm uma característica interessante que é ter ROE considerável, margens altas e um balanço forte.
CRESCIMENTO DE RESULTADOS
Para que uma empresa consiga pagar dividendos constantes e crescentes é fundamental que ela mantenha o crescimento dos seus resultados e que o modelo de negócio que ela está inserida possibilite isso. Ou seja, empresas que não estão conseguindo crescer ou o setor está em declínio, dificilmente ela será uma boa pagadora de dividendos.
Para isso é interessante prestar atenção se ela está ampliando para novas linhas de negócio, novos mercados, desenvolvendo produtos, aumentando base de clientes, cortando custos e diminuindo sua dívida. Isso consequentemente irá refletir em suas margens, receita, lucro e fluxo de caixa.
REINVESTINDO OS DIVIDENDOS
Após termos escolhido as ações pagadoras de dividendos ou FIIs e incluirmos em nossa carteira, começamos a nos beneficiar de um recurso que pinga em nossa conta periodicamente, vindo desses ativos. E a dúvida que muitos investidores têm é, o que fazer com esse dinheiro? Será que pego e compro algo bacana? Faço uma viagem? Ou reinvisto?
Você é livre para fazer o que quiser com o dividendo que cai na sua conta, mas aqui quero te dar algumas sugestões do que fazer com os dividendos para que caso você não pretenda utilizar no momento para consumo e tem a ideia de reinvesti-lo na própria carteira. Que seria o ideal para caso você esteja na fase de construção de patrimônio.
1) Reinvestir em ações da própria empresa, no dia em que recebe o dividendo ou no momento que você achar que a ação está mais barata.
2) Reinvestir em ações de outra empresa da sua carteira cujo preço pode estar mais barato de acordo com a sua análise.
3) E por último, reinvestir em ativos de outras classes de ativos, como renda fixa ou renda variável (fundos, outras ações, FIIs, ativos internacionais etc.)
Reinvestindo os dividendos recebidos, você causa o efeito composto que expliquei no começo desse artigo com a analogia da macieira.
DIVIDEND YIELD
O Dividend Yield é a representação percentual do retorno em dividendos que aquela empresa está pagando comparando com o preço da cotação do ativo. Por exemplo, se uma empresa tem suas ações negociadas no mercado a R$ 10,00 e essa empresa paga no ano R$ 1,00 de dividendos, logo o Dividend Yield dessa ação é 10% ao ano. Lembre-se que o resultado do Dividend Yield é sempre olhando os dividendos pagos nos últimos 12 meses, o que pode não se repetir o valor nos próximos 12 meses, podendo ser maior ou menor. Outra coisa que é interessante de entender sobre o Dividend Yield, é que o percentual dado, também varia conforme a ação sobe e desce. Voltando ao nosso exemplo, digamos que o preço da ação subiu para R$ 15,00 e a empresa subiu o pagamento de dividendos para R$ 1,20, logo o Dividend Yield será de 8% ao ano. Note que o dividendo pago pela empresa subiu, mas o retorno do dividendo (Dividend Yield) diminuiu. E é aí que precisamos começar a entender uma coisa sobre esse jogo chamado, investimento em ações de dividendos. Nessa estratégia, quanto mais o nosso capital é remunerado, seja em percentual ou valor monetário, melhor. Sendo assim, em qual momento você acha que temos a oportunidade de aumentar nossos dividendos? O melhor momento para isso é comprar na baixa do mercado ou em uma queda repentina da ação não justificada pelos seus fundamentos e sim pelo temor do mercado perante algo que esteja acontecendo na macroeconomia. Voltando novamente no exemplo, vamos supor que a ação, dos R$ 15,00 voltou para o patamar de R$ 10,00, o que é perfeitamente possível, mas os fundamentos da empresa se mantêm os mesmos e a perspectiva para o pagamento de dividendos futuros continua a mesma, sendo de R$ 1,20. Comprando novamente as ações nesse patamar de preço o Dividend Yield chega aos 12% ao ano e não mais 10% como no exemplo anterior. E isso acontece a todo momento nos mercados devido a sua volatilidade, nos dando oportunidades de comprar ações a preços mais baixos.
Fazendo isso no dia a dia, no longo prazo tendemos a conseguir ter uma renda passiva expressiva vinda dos dividendos de nossas ações.
FÓRMULA DO DIVIDEND YIELD = DIVIDENDO PAGO / PREÇO DA AÇÃO
YIELD ON COST
Agora, acredito que você já tenha começado a gostar da estratégia de investir em ações boas pagadoras de dividendos e já deve estar procurando as primeiras ações para investir. Só que aí acontece de você achar algumas empresas que aparentemente tem um DY (Dividend Yield) baixo, e pode acabar pensando que não vale a pena investir na quela empresa.
E é aí que devemos entender o conceito de Yield on Cost, que se assemelha com a ideia do Dividend Yield, só que a diferença é que o Yield on Cost considera o preço médio que você tem na quela ação e não o preço negociado a mercado. A partir desse entendimento podemos ver a beleza desse indicador, vou dar um exemplo abaixo.
Digamos que você comprou as ações do Banco do Brasil no ano de 2021 a R$ 11,00, nesse ano a empresa pagou R$ 1,13 de dividendos, obtendo um DY de 10,27% ao ano. Mas você decidiu manter as ações da empresa para o longo e seu preço médio ficou nos R$ 11,00. O Banco do Brasil se desenvolveu, cresceu, melhorou sua gestão, aumentou seus lucros e consequentemente os dividendos continuaram a crescer, pagando um dividendo em 2023 de R$ 2,28 ao ano por ação. O seu Yield on Cost será de 20,72% ao ano. Ou seja, o seu capital que está investido no BB está sendo remunerado a uma taxa altíssima de dois dígitos.
No curto prazo, aquele DY pode ser até baixo, mas para uma empresa que tende estar em constante crescimento, no futuro ela pode ser uma boa pagadora de dividendos para o seu investimento que foi feito a alguns anos atrás e que acreditou na companhia.
FÓRMULA DO YIELD ON COST = DIVIDENDO PAGO / PREÇO MÉDIO DA AÇÃO
DIVIDENDOS ELEVADOS
Acredito que você deva conhecer aquela frase famosa, “quando a esmola é demais o santo desconfia’’. Essa frase se assemelha perfeitamente aos dividendos, porque em algum momento podemos nos encontrar vendo um ativo que tenha um DY altíssimo, chegando a ultrapassar a média de pagamento de outras empresas, em um primeiro momento ficamos encantados, pensamos que achamos a galinha dos ovos de ouro.
É aí que temos que tomar cuidado, pois pode estar acontecendo alguns fatos que pode estar elevando o DY no curto prazo e acontece é que esse dividendo não será consistente. Abaixo vou listar alguns fatores que pode estar esticando o DY.
1) A empresa realizou a venda de algum ativo que foi incorporado no seu resultado e após entrar no caixa a empresa distribuiu aos seus acionistas, puxando o dividendo anual para cima.
2) O preço das ações sofreu uma queda fundamentada no curto prazo que levou o seu DY aumentar, pois o dividendo pago nos últimos 12 meses ficou proporcionalmente alto perante o novo preço das ações. E como a queda tem fundamento, pode ser que o próximo dividendo a ser pago pela empresa seja menor do que o anterior, atualizando o DY para baixo.
3) No caso de FIIs, DY muito alto pode sinalizar que aquele fundo está tomando muito risco com ativos que tem alta remuneração, além de poder estar altamente concentrado.
Acredito ser mais importante focarmos em ativos que pagam dividendos de forma consistente e saudável do que buscarmos altos dividendos em ativos que não conseguirão manter por muito tempo.
DÚVIDAS E CURIOSIDADES SOBRE DIVIDENDOS
Qual a periodicidade do pagamento dos dividendos?
A periodicidade varia muito de ativo para a ativo, mas o que é mais comum de se ver em ações, é empresas que pagam de forma anual, semestral, trimestral ou mensal. Já no caso dos FIIs a periodicidade é maior, sendo bastante comum o pagamento ser mensal.
O pagamento de dividendos é obrigatório?
No caso de FIIs, existe a obrigatoriedade de ser pago no mínimo 95% do lucro mensal. Enquanto nas ações não existe uma obrigatoriedade fixa, mas é comum as empresas respeitarem o pagamento de 25% do lucro do exercício.
Existe um percentual de DY considerado adequado?
Grandes investidores consideram para as ações um patamar de 6% ao ano, adequado para as ações. Mas vai muito de o investidor estabelecer um nível de retorno aceitável, prezando sempre pelo bom senso.
O que é payout?
O payout é o percentual dos lucros da empresa destinado aos dividendos pago para os acionistas. Pode variar bastante, chegando a 25%, 45%, 50% até acima de 100%.
O que são a Data ex e Data com?
A data ex é o momento em que as ações são negociadas sem o direito de recebimento dos dividendos anunciados, ou seja, se você investir nas ações após essa data, você terá direito ao próximo dividendo anunciado pela companhia. A data “com” é a data em que se você comprar as ações você terá direito a aquele dividendo anunciado pela empresa.
Como sei quando vou receber dividendos?
As empresas emitem um fato relevante detalhando o pagamento dos dividendos, a data-com, data-ex, valor por ação, data de pagamento, se é JCP ou dividendos. Por isso é importante que quando se tornar acionista, você se cadastrar no newsletter da empresa, acessando a parte de RI (relações com investidores).
Agradeço por ter lido mais um artigo, espero que tenha gostado da estratégia de investimento em empresas pagadoras de dividendos, obviamente há muito mais coisa para falar sobre, mas aqui quis passar pelos pontos importantes para você saber por onde começar. Caso tiver alguma dúvida, não hesite em me contatar.
Até o próximo artigo.
Lembrando que todas as ações citadas nesse artigo não se trata de recomendação e foram usadas apenas para fins didáticos.
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